A versão repaginada da Fonte Nova é uma criança que viu pouco da vida. Sediou apenas 11 Ba-Vis nos seus quatro anos de história completados nesta sexta-feira, 7. E, se ainda veste fraldas, a Arena foi parque para mais traquinagens do Leão que do Esquadrão. Este, por sinal, teve motivos maiores para abrir o berreiro.
Mas, depois dos traumas inaugurais, o Bahia engoliu o choro e equilibrou a parada. Neste domingo, 9, o 12º clássico da Arena Fonte Nova chega quase com um empate técnico no retrospecto. Caso consiga o sucesso no confronto das 16h, o Tricolor iguala os cinco triunfos do rival. Ainda houve dois empates (confira todos os jogos abaixo).
Mesmo que equipare o duelo, porém, o Esquadrão jamais conseguirá apagar o que viveu em 2013. Na reabertura da Fonte, levou 5 a 1 no estádio que a partir dali voltaria a ser sua casa. Na sequência, perdeu por 2 a 1 no dia da Revolta da Caxirola (torcedores do Bahia, irados com mais uma derrota, atiraram no gramado os instrumentos criados por Carlinhos Brown para a Copa de 2014), e sofreu um acachapante 7 a 3 no jogo de ida da final.
As goleadas marcaram. Viraram um dos objetos principais de gozação nos últimos anos. Rubro-negros criaram camisas especiais com os placares e, nesta sexta, o clube lançou provocação oficial. Em meme divulgado nas suas redes sociais, desejou ‘F5L1Z aniversário’ à Arena.
A melhor resposta do Bahia aos vexames veio no ano seguinte, quando o clube sagrou-se campeão baiano com dois triunfos por 2 a 0 na Fonte, um deles na primeira partida da decisão. Em 2016, no último encontro, o Esquadrão ganhou por 1 a 0, mas acabou perdendo o título para o rival, que havia feito 2 a 0 na ida.
Para o Campeonato Baiano, o jogo deste domingo, que finaliza a primeira fase, vale muito pouco. Os dois já garantiram vantagem nas semifinais (decidir em casa e vencer o confronto com igualdade no somatório das duas partidas) e, se houver empate, o Vitória assegura o benefício também em uma eventual decisão.
No entanto, os dois lados assumem a importância do Ba-Vi, que contém o tempero especial do retorno da torcida mista (em setor correspondente a 15% dos lugares).
“Essa rivalidade, esse clima nessa partida é o que faz o nível de importância. Pode não ser decisiva, mas é um campeonato individual. O torcedor enxerga assim, e a gente tem que trabalhar com isso”, afirmou o técnico tricolor Guto Ferreira.
Guto trata o clássico com tanta seriedade que não deu pistas sobre a escalação. “Segredo total. Dizer qualquer tipo de coisa não vai somar nada pra mim. Estaria passando alguma coisa pra ele [Argel Fucks, técnico do Vitória], posso marcar um gol contra”, explicou o treinador, que deve trocar o meia Zé Rafael pelo atacante Edigar Junio. O goleiro Jean e o zagueiro Jackson estão fora.
O Rubro-Negro, por sua vez, divulgou de forma antecipada seu time titular por meio da assessoria de imprensa. Será exatamente o mesmo dos últimos jogos, sem desfalques.
21 mil garantidos
Incluindo sócios e ingressos corporativos, 21 mil torcedores – do Bahia e do setor misto – já estão garantidos para o embate. O Vitória não divulgou a parcial de entradas vendidas para o visitante.
Todos os Ba-Vis da história da Arena
2013
7/4 - Bahia 1x5 Vitória
(Baiano, 1ª fase)
28/4 - Vitória 2x1 Bahia
(Baiano, 1ª fase)
12/5 - Bahia 3x7 Vitória
(Baiano, final)
21/7 - Vitória 0x0 Bahia
(Brasileiro Série A)
10/10 - Bahia 2x0 Vitória
(Brasileiro Série A)
2014
23/3 - Bahia 2x0 Vitória
(Baiano, 1ª fase)
6/4 - Bahia 2x0 Vitória
(Baiano, final)
11/5 - Bahia 1x1 Vitória
(Brasileiro, Série A)
2015
3/10 - Bahia 1x3 Vitória
(Brasileiro, Série B)
2016
13/3 - Bahia 0x2 Vitória
(Baiano, 1ª fase)
8/5 - Bahia 1x0 Vitória
(Baiano, final)
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