O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sofreu uma derrota política significativa nesta sexta-feira, 24, após não conseguir os votos necessários para realizar a substituição do Ato de Cuidado Acessível, plano de saúde popularmente conhecido como Obamacare. Foi a primeira grande votação realizada no Congresso sob a sua gestão, e, por dois dias consecutivos, os republicanos não conseguiram os votos suficientes.
A substituição do Obamacare por uma proposta feita pelos republicanos era uma das principais bandeiras de campanha de Trump, que alegava que os cidadãos norte-americanos não tinham liberdade para escolher planos de saúde e, também, que grandes seguradoras estavam parando de oferecer assistência devido aos altos custos com reembolsos.
Mark Walker, representante dos republicanos da Carolina do Norte, foi enfático. “Não podemos fingir que foi uma vitória para o nosso partido. Este é um bom momento para os democratas”. O presidente Trump recuou momentos antes da votação, após ser informado por Paul Ryan, líder da Câmara dos Representantes, de que não haveria votos suficientes para aprovar a medida. O próprio Ryan assumiu a derrota. “Chegamos muito perto. Precisamos parar para refletir como chegamos a esse ponto e como podemos melhorar. O presidente deu tudo de si nesse processo. É um revés, mas vamos fazer melhor”.
Republicanos divididos
Nem mesmo os integrantes do partido Republicano estavam em sintonia para a hora da votação sobre a substituição do Obamacare. O grupo intitulado Freedom Caucus (Caucus da Liberdade, em inglês), composto por 30 congressistas da ala mais radical do partido, não quis apoiar a medida na quinta à noite e manteve a sua posição na sexta-feira, dia da votação.
A nova proposta feita pelos republicanos pretendia frear a expansão do auxílio a pessoas com baixos recursos e também retirar a obrigatoriedade de os cidadãos contratarem um seguro de saúde. Pontos importantes, como manter a ajuda a pessoas que já tiveram doenças no passado, seriam mantidos.
Os republicanos possuem maioria na Câmara dos Representantes, com 237 cadeiras. Como o grupo Freedom Caucus é formado por 30 congressistas, o fato de não concordarem com as medidas impostas poderia implicar uma derrota do partido na hora da votação. O mínimo necessário para que a medida passe é de 216 votos.
Rodney Frelinghuysen, presidente republicano do Comitê de Apropriações da Câmara dos Deputados, é contra a substituição do Obamacare. “A legislação que está na Câmara hoje é inaceitável porque apresenta novos custos e barreiras significativas para os meus eleitores em Nova Jersey”. O primeiro desafio dos republicanos, antes de vencer os democratas, é criar um projeto que seja apoiado pelo partido todo.
Fonte: atarde
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